Nesta semana, minha escola de japonês nos levou para o Joypolis, um parque de diversões aqui em Tóquio. Além de ser uma oportunidade para desopilar da rotina de estudos, foi um momento bacana para viver experiências novas com meus colegas.
Embora eu não costume ir em parques de diversões, me diverti bastante e resolvi compartilhar alguns aspectos que me chamaram a atenção durante o dia.
Esvaziar os bolsos
A maior parte dos brinquedos e jogos requisitavam que colocássemos objetos como bolsas e celulares em armários trancados ou cestos no chão. O primeiro brinquedo no qual participei foi um simulador de batalhas do filme Transformers. Durante a simulação, o brinquedo gira por todos os lados, simulando uma nave realizando manobras em alta velocidade.
Tão logo começou e fiquei de cabeça para baixo pela primeira vez, entendi o porquê do celular não poder ficar no bolso.
Limpar e verificar tudo
Depois de cada rodada nos brinquedos, os funcionários limpam os objetos utilizados e verificam cestos e armários para garantir que ninguém esqueceu nenhum objeto pessoal. Não sei dizer se essas rotinas de limpeza aconteciam da mesma forma antes da pandemia do coronavírus, mas acredito que a atenção com objetos pessoais e as repetidas explicações sobre questões de segurança sejam uma parte inseparável da cultura de atendimento ao cliente no Japão.
Funcionários ou atores?
Em algumas atrações, os funcionários interagem com as pessoas interpretando personagens. Em uma delas, baseada no universo do anime Attack on Titan, duas funcionárias demonstraram habilidades de atuação incríveis, alternando emoções entre raiva, medo, coragem e esperança enquanto éramos levados a fugir de monstros gigantes.
E o que dizer da moça sendo devorada pelo titã? Excepcional!
Japoneses impressionáveis
Não quero dizer que é um elemento cultural, porém todas as pessoas japonesas que estiveram comigo nas atrações que envolviam sustos reagiram com muita emoção. Enquanto eu estava admirando a tecnologia envolvida em fazer uma mão gigante surgir onde antes havia uma tela, ou me divertindo com a aparição de uma fantasma enquanto preso dentro de um armário, ouvia os gritos e gestos de medo em proporções incríveis das pessoas japonesas.
Eu achava que os gritos e emoções explosivas eram reservados para os animes e doramas, mas ao que parece, estão presentes muito além deles, borbulhando por baixo de uma camada apresentável de etiqueta social.
Filas, filas, filas
Quando disse para meu colega que devíamos ir em uma atração porque o tempo de espera era de apenas vinte minutos, percebi que a maior parte do meu dia naquele parque de diversões foi usado esperando a próxima atividade – que geralmente não durava mais que cinco.
Ao todo, penso que fiquei menos de uma hora usufruindo das atrações disponíveis, mesmo tendo passado quase cinco horas no local. Entretanto, não sei se esse é um problema contornável, salvo se o acesso for limitado a um número muito menor de pessoas, o que, numa lógica capitalista, provavelmente não é do interesse do parque.
Isso tudo dito, adorei perceber como, quando envolvido com uma roupagem apropriada, até mesmo correr em uma esteira se torna uma atividade divertida.
Com carinho,
Tales