Acordo pela primeira vez lá pelas seis da manhã. A luz do dia entra pela janela aberta e se espalha. Ayrton já está acordado mexendo no celular; não sei como ele consegue despertar tão cedo. Murmuro qualquer coisa sobre ser muito cedo e volto a dormir. Acordo de novo uma hora depois, ainda sonolento, mas disposto a sair da cama.
Estamos juntos há cinco, quase seis anos. Digo juntos não para descrever proximidade geográfica, dado que morei quase dois anos fora do Brasil enquanto ele continuou aqui, mas uma proximidade afetiva marcada pelo desejo de seguirmos na vida um do outro mesmo à distância, mesmo durante os perÃodos em que eu não sabia se migraria de vez para o Japão.
Acabei não migrando e agora estou de volta aqui compartilhando um teto e duas gatas.
Estou de volta em casa.
Muitas pessoas perguntaram como estou me sentindo agora que finalmente cheguei ao Brasil. Depois de um ano no Japão, meu caminho de volta incluiu Coreia do Sul, Hong Kong, Macau, Filipinas, Singapura, Indonesia, Tailândia e Alemanha, além de breves conexões na Turquia e em Portugal.
Como estou me sentindo?
Ainda não sei explicar. Estou mais sereno do que achei que estaria. Ajuda sentir-me em casa e ser recebido com amor. Ajuda, também, ter planos para o futuro e confiar que tenho as ferramentas necessárias para desenvolver esses planos.
Tenho muitas coisas sobre as quais quero contar aqui no Olhar de Raposa, tanto sobre as viagens quanto sobre os planos de futuro. Fiquei um tempo sem escrever e agora está na hora de me voltar para o que importa.
Estou de volta em casa.
Com carinho,
Tales
Bem vindo ao Lar Doce Lar
Seja bem-vindo de volta, Tales!