🦊 Olha, eu que fiz!
🦊 Olha, eu que fiz!
Além de escrever, essa raposa também desenha ✍
Nota: esta carta ficou grande e tem uma chance de que ele não abra por inteiro na tua caixa de email; se isso acontecer, por favor abra pelo link acima, onde diz “open online”.
Nesta semana, senti uma coceirinha que estava sumida há algum tempo: a vontade de fazer quadrinhos autorais.
Minha relação com desenhar sempre foi errática. Quando criança, amava fazer quadrinhos. Conforme fui crescendo, encontrei mais facilidade com as palavras do que com os rabiscos, razão pela qual dediquei mais energia e intenção em me relacionar com textos.
Ainda assim, fiz uma especialização em expressão gráfica. Fiz um mestrado em cultura visual. Fiz curso de desenho. Depois descobri que minha mente não pensa por imagens e que minha memória visual é bastante limitada (oi, aphantasia!).
Aliás, sobre aphantasia, esse foi o vídeo (em inglês, mas é possível colocar legandas) que me abriu os olhos (olha a piadinha) para a existência desse conceito e me ajudou a nomear minha experiência de mundo:
Embora minha mente não seja completamente cega, tenho muita dificuldade de reter imagens, algo que impacta minha habilidade de desenhar (e, incidentalmente, de escrever kanjis, o que explica por que minhas notas de leitura são muito melhores que minhas notas de escrita).
Há um par de anos, decidi usar a coragem que incentivo nas pessoas que me procuram no Ninho de Escritores e fazer minhas próprias histórias em quadrinhos. Comecei publicando em inglês, mas depois passei a produzir diretamente em português para compartilhar mais facilmente com as pessoas que me conhecem e acompanham.
Na carta de digital de hoje, portanto, quero compartilhar algumas dessas histórias, a começar pela tirinha que fiz nesta semana.
A ideia dessa tirinha e desse estilo veio quando li um artigo sobre a cartunista Ramya Sriram (em inglês). Fui mordido pelo bichinho da vontade de desenhar e, como costumo fazer, resolvi pesquisar referências de gente que escreve histórias mais longas usando personagens de palitos.
No passado, experimentei com cores e formatos diferentes, e para mostrar um pouco da diferença entre por onde comecei, em relação a como estou agora, quero trazer minhas duas primeiras histórias.
Quando publiquei essa história no Instagram, meus amigos ficaram tristes. Eles sentiram a minha dor. Uma das minhas intenções foi cumprida mesmo com desenhos de palito, eu estava super contente com esses resultado!
Ao mesmo tempo, não é assim que quero ver a vida.
Não é esse o olhar de raposa.
Com isso em mente, criei minha segunda história.
Quando falo no Olhar de Raposa como um exercício de ver o mundo por meio de lentes de leveza, lucidez e compaixão, é disso que estou falando: de escolher enxergar com amor, atenção, cuidado.
Esse é, aliás, o tema do próximo curso que oferecerei no Ninho de Escritores. Por enquanto não tenho datas nem formato definido, mas estou começando a desenhar como ele será e estou bem empolgado.
Conto mais nas próximas cartas.
Enquanto isso, fica aqui meu obrigado pela leitura e companhia. Se quiser comentar sobre as tuas artes que estão esperando um impulso de coragem para sair da gaveta, adorarei saber! ❤
Com carinho,
Tales