Vou falar de algo que assisti, a minissérie Feud: Capote vs The Swans. No auge da sua carreira, Truman Capote era o melhor amigo de um grupo de dondocas de NY e lá ele se sentia no topo do mundo. Aí ele tem a "brilhante" ideia de escrever um livro sobre elas, chamado Preces Atendidas (Answered Prayers). Ele solta um capítulo bem bombástico do livro em uma revista e o que era amizade virou declaração de guerra, porque elas odiaram a forma que ele as retratou. Acho que eu nunca vi algo tão profundo sobre a morte de uma amizade e como isso pode ser devastador por toda uma vida. Todo mundo entende o luto do fim de um namoro/casamento, mas quase não se fala sobre o mesmo sentimento em relação a amizade. Também fica a pergunta: até onde você iria pela sua arte? Você teria coragem de escrever o que você sente o clamor de escrever, mesmo que isso vá ferir pessoas que você ama?
A série já chegou ao fim, mas eu vou ficar pensando nela por muito tempo.
Bah, acho que essa é uma pergunta excelente sobre ter coragem de escrever algo mesmo que possa ferir pessoas que amo. Ferir, não sei, mas já escrevi coisas que eu sabia que poderiam incomodar ou bagunçar pessoas amadas porque elas foram parte do que eu queria compartilhar e suas ações me afetaram. De alguma forma, penso que teria sido mais cuidadoso conversar antes de escrever, mas muitas vezes escrevo aquilo que não dou conta de conversar. Como isso é delicado, né? Fiquei curioso para saber o que o Capote escreveu sobre essas mulheres...
A série vai bem a fundo sobre todas as circunstâncias dessa escrita e suas consequências. O mais interessante é que não são consequências externas, mas internas. Tipo, não gera processo, ninguém puxa uma arma. Enfim, canta diz Falcão "e além do mais o high society leva chifre e não tem ciúmes".
E também algo que a série mostra é que a questão para o Capote não é exatamente pessoal. Ele escrevia sobre a sociedade americana (como vários escritores gays da sua época) e elas eram uma parcela importante demais para não serem rertratadas. O problema é que ele também era íntimo delas hahahah.
Nem te conto o que ele escreveu sobre elas... eu também ia querer a morte dele, se fosse eu hahahahahah
Hahaha tu está fazendo um ótimo trabalho de divulgação para a série! Vou colocá-la no meu radar.
Estava aqui pensando sobre a escrita que envolve outras pessoas... Como meus textos são normalmente centrados na minha própria vida e experiências, quando eu falo de outras pessoas, é sempre a partir do impacto que elas tiveram na minha vida, não sobre o que elas fazem ou deixam de fazer com as vidas delas. Acho que isso ajuda a reduzir os riscos desse tipo de conflito, acho eu. 🤔
Pois é... Sempre me pego questionando os momentos em que ajo em função dos outros (sem perguntar ou sem ter sido requisitado), especialmente quando "não sou responsável" por eles. 😅
Vou falar de algo que assisti, a minissérie Feud: Capote vs The Swans. No auge da sua carreira, Truman Capote era o melhor amigo de um grupo de dondocas de NY e lá ele se sentia no topo do mundo. Aí ele tem a "brilhante" ideia de escrever um livro sobre elas, chamado Preces Atendidas (Answered Prayers). Ele solta um capítulo bem bombástico do livro em uma revista e o que era amizade virou declaração de guerra, porque elas odiaram a forma que ele as retratou. Acho que eu nunca vi algo tão profundo sobre a morte de uma amizade e como isso pode ser devastador por toda uma vida. Todo mundo entende o luto do fim de um namoro/casamento, mas quase não se fala sobre o mesmo sentimento em relação a amizade. Também fica a pergunta: até onde você iria pela sua arte? Você teria coragem de escrever o que você sente o clamor de escrever, mesmo que isso vá ferir pessoas que você ama?
A série já chegou ao fim, mas eu vou ficar pensando nela por muito tempo.
Bah, acho que essa é uma pergunta excelente sobre ter coragem de escrever algo mesmo que possa ferir pessoas que amo. Ferir, não sei, mas já escrevi coisas que eu sabia que poderiam incomodar ou bagunçar pessoas amadas porque elas foram parte do que eu queria compartilhar e suas ações me afetaram. De alguma forma, penso que teria sido mais cuidadoso conversar antes de escrever, mas muitas vezes escrevo aquilo que não dou conta de conversar. Como isso é delicado, né? Fiquei curioso para saber o que o Capote escreveu sobre essas mulheres...
A série vai bem a fundo sobre todas as circunstâncias dessa escrita e suas consequências. O mais interessante é que não são consequências externas, mas internas. Tipo, não gera processo, ninguém puxa uma arma. Enfim, canta diz Falcão "e além do mais o high society leva chifre e não tem ciúmes".
E também algo que a série mostra é que a questão para o Capote não é exatamente pessoal. Ele escrevia sobre a sociedade americana (como vários escritores gays da sua época) e elas eram uma parcela importante demais para não serem rertratadas. O problema é que ele também era íntimo delas hahahah.
Nem te conto o que ele escreveu sobre elas... eu também ia querer a morte dele, se fosse eu hahahahahah
Hahaha tu está fazendo um ótimo trabalho de divulgação para a série! Vou colocá-la no meu radar.
Estava aqui pensando sobre a escrita que envolve outras pessoas... Como meus textos são normalmente centrados na minha própria vida e experiências, quando eu falo de outras pessoas, é sempre a partir do impacto que elas tiveram na minha vida, não sobre o que elas fazem ou deixam de fazer com as vidas delas. Acho que isso ajuda a reduzir os riscos desse tipo de conflito, acho eu. 🤔
as vezes a gente só quer proteger a pessoa da própria agressividade, eu achei tua atitude tão compreensível... mas entendo a autocrítica ;) hehe
Pois é... Sempre me pego questionando os momentos em que ajo em função dos outros (sem perguntar ou sem ter sido requisitado), especialmente quando "não sou responsável" por eles. 😅