3 Comentários
Set 3, 2022Gostado por Tales Gubes

Gostei dessa noção de "alegre empenho"! Vou usar 🥰

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Ago 28, 2022·editado Ago 28, 2022

Ai, Tales, tanta coisa me tocou [e incomodou] nesta carta digital que nem sei por onde começar! rs Eu leio todas as cartas (inclusive tenho que fazer este adendo de como elas me ajudam a refletir criticamente sobre o mundo, fora as referências que são incríveis), mas a de hoje mexeu comigo profundamente. Tenho experimentado ativamente crescer como ser humano e escritora, agindo com intenção de entender e investir nos processos que me tornam quem eu sou. Primeiro, me veio a revolta de perceber que eu ignorava muitos sentimentos, como a maioria das pessoas com as quais eu convivi durante a vida, porque (sim!) amadurecer dói demais. Depois, a urgência de assumir a responsabilidade não só pelas minhas atitudes, mas por quem eu deixo entrar na minha vida, pela qualidade das minhas relações, da minha saúde física e mental, da minha escrita, da minha alimentação; enfim, essas são responsabilidades minhas e não do universo, destino, inspiração, família, genética, companheiro, etc. Então, eu tenho combatido agora essa "paciência tóxica". Contrária a esse sentimento, surgiu em mim uma "irritabilidade positiva". Isso que eu estou dizendo pode parecer contraditório (e talvez seja), mas vou tentar explicar: a paciência se torna tóxica para mim quando fico esperando que as coisas mudem; sendo "paciente" com o outro que não melhora. Eu percebi como isso é socialmente esperado das mulheres: que sejamos cuidadoras e nos sintamos responsáveis pelos outros. Cada um é responsável por si próprio.

Então, agora me vem uma irritabilidade (que eu tenho encarado como positiva) que me faz agir logo para mudar uma situação que eu já sei que é ruim para mim - diferente de antes quando eu ficava pensando mil vezes se deveria fazer tal coisa; se não estava agindo por impulso (de novo a "paciência" tóxica, que era pura insegurança). Acho que estou, enfim, aprendendo a não repetir os mesmos erros. Outra parte do seu texto sobre escuta me fez refletir também foi sobre como eu consigo escutar os outros de forma super empática, mas quando se trata de escutar as minhas próprias demandas internas, tento ignorar aquela vozinha que fica gritando atrás dos olhos: "Você sabe exatamente o que tem que fazer para ser mais feliz". Enfim, muito obrigada pela carta. Gratidão por esse espaço e pelas suas palavras que são gotinhas de claridade na seca bruta do cotidiano. Abraços, Su

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